21 de maio de 2017

Circuit Breaker e a Capacidade de Aportes

"A vida feliz consiste na tranqüilidade da mente." 
(Cícero)

Olá prezados leitores, tudo bem? Esta semana tivemos um Circuit Breaker na Bovespa devido a crise política que continua neste país. Não é a primeira vez que eu assisto um circuit breaker ao vivo, entretanto em 2008 eu não tinha a menor noção do que estava acontecendo.

Circuit Breaker na BM&F Bovespa

Em 2008 eu estava conhecendo como funcionava a bolsa de valores, posso enumerar alguns erros que cometi naquela época:
  • Não conhecia alocação de ativos nem diverificação da carteira, pois o pouco que eu tinha era 100% em ações (quase all-in e foco em trades).
  • A pessoa que me "orientava" sobre o mercado era adepto da análise técnica e queria "viver de trades", ou seja, a pior maneira de começar na bolsa foi perdendo dinheiro pagando altas corretagens.
  • Eu operava opções a seco e descobri que não tinha preparo emocional pra fazer day-trades ou swing-trades
  • A minha capacidade de aportes era muito menor do que hoje.
  • Eu não conhecia a blogosfera e não tinha nenhuma estratégia de longo prazo.

Mas o principal ponto da postagem é : O que o Circuit Breaker tem a ver com a Capacidade de Aporte? Eu acompanho as excelentes postagens do Mestre do Dividendos, no qual ele defende dois pontos que eu concordo plenamente:
  • Fica cada vez mais difícil para o aporte bater de frente com a rentabilidade em montantes inferiores 0,50% do patrimônio.
  • A importância da margem de segurança, ou seja, Preço importa

Vamos  abordar o primeiro item considerando o circuit breaker. Atualmente a minha carteira de ações está em 55k de acordo com o último fechamento e a minha capacidade de aporte é cerca de 8k (estou me esforçando para aumentar ainda mais). Quando eu vejo a minha carteira de ações caindo 30%, significa que atualmente em 3 ou 4 meses eu consiguiria fazer com a que a minha carteira de ações volte para o patamar anterior.

Em outras palavras, a minha alocação em ações (15%) e FIIs (8%) é muito pequena proporcionalmente ao tamanho do meu aporte para que eu me preocupe com eventuais quedas sistêmicas. Além disso, a alocação em ETFs no exterior (5%)  representa um hedge (proteção) da carteira.

Em relação a o segundo item, a principal vantagem de uma queda sistêmica é a oportunidade de comprar ativos com uma excelente margem de segurança, como fez o investidor Luis Barsi aproveitando o pânico na bolsa

Resumindo, aproveite a turbulência na renda variável para comprar empresas com margem de segurança e durma tranquilo. Pare de ficar operando notícias e tome as suas decisões por conta própria.

Bons investimentos e grande abraço.



8 comentários:

  1. Me desculpe a bolsa subiu mais de 60% de uns tempos pra ca, algumas acoes muito mais... Como bbas 13 pra 34, 10% nao e nada, nao vejo como oportunidade, agora uma queda de verdade de uns 7p% quando houver panico mesmo ai sim quero ver quem vai ter estomago pra comprar.
    Abraço.

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    1. Olá Unknown,

      O valuation atual é fruto das expectativas futuras, por exemplo: o Ibovespa estava a 37 mil pontos em Janeiro de 2016 com os juros futuros (LTN 2023) a 16%, com isso a taxa de desconto é muito maior no preço dos ativos. Agora (Maio de 2017) o Ibovespa está 62 mil e a LTN 2023 está a 11,43, se você for recalcular o valuation com o Fluxo de caixa Descontado a proporção é a mesma.

      Mais informações na postagem : http://oaportadorfinanceiro.blogspot.com.br/2017/03/valuation-com-fluxo-de-caixa-descontado.html

      Como o valuation é algo extrematente subjetivo, eu acredito que o juros futuros irão diminuir para 8%~9% ao ano devido aos caos nas contas públicas, principalmente se esse país quiser virar grau de investimento novamente. Sob esta ótica, o valor dos ativos irão acompanhar o movimentos dos juros futuros.

      Outro fator que eu busco adicionar na minha carteira ativo com baixa variância, ou seja, "beta" abaixo de 1 com forte geração de caixa e divida equilibrada, buscando uma "margem de segurança". O ponto que eu quis ressaltar era que o Circuit Breaker é uma oportunidade de compras.

      Mas esta é a minha humilde opnião, eu posso estar errado. Grande abraço e obrigado pela visita.

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  2. Desculpe, mas se: "ações (15%) e FIIs (8%) é muito pequena proporcionalmente ao tamanho do meu aporte" como pode "ETFs no exterior (5%) representa um hedge (proteção) da carteira"???

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    1. Olá Anônimo, eu ainda estou ajustando a composição da minha carteira.

      Em relação ao ponto: "ações (15%) e FIIs (8%) é muito pequena proporcionalmente ao tamanho do meu aporte", sugiro a leitura do excelente artigo do Ivestidor de Risco "Por trás da Regra número 1":http://investidorderisco.blogspot.com.br/2015/11/por-tras-da-regra-numero-1.html

      Nesta postagem ele explica uma maneira de você balancear a composição da sua carteira em função do capital alocado ao risco. Desta forma, os 23% da minha carteira alocado em renda variável no Brasil está dentro da minha margem aceitável de capital alocado a risco.

      O Segundo ponto: "ETFs no exterior (5%) representa um hedge (proteção) da carteira" está relacionado a correlação negativa entre o dólar e o ibovespa, explicado em http://oaportadorfinanceiro.blogspot.com.br/2016/11/por-que-diversificar-investimentos-no.html

      O único risco que não podemos fugir é o risco sistêmico em todos os mercados mundiais, que não é o caso desse momento.

      Obrigado pela visita e grande abraço.

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  3. Aportador,

    Esse foi light .. foi até divertido .... em 2008 era triste ... todo dia pra baixo ... rs ... vc ja chegava fazendo conta de quanto iria perder hj .. rs ..

    Abs,

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    1. É verdade Rodolfo,

      Lembro do dia da quebra do Lehman Brothers, foi um desespero onde todo mundo imaginava qual seria o pŕoximo.
      Tem um colega que estava viajando de férias nos estados unidos e ele foi numa feira de lançamento imobiliário em setembro de 2008, o preço do flat do hotel time sharing era 30k segundo o corretor. Como esse meu colega não queria comprar ele ofereceu 30% do valor para dispensar o vendedor. A situação estava tão deseperadora que o corretor queria fechar por 9k e no final esse meu colega não comprou...

      Esse de agora foi bem light mesmo, abraços.

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  4. A velha discussão entre preço importar ou não kkkkk. Particularmente pra mim importa.

    Entre comprar um papel com subiu 70% em 6 meses e outro que subiu 13% eu prefiro comprar o segundo. Claro, ressalvadas todas as análises das empresas e mantendo ambas na minha carteira.

    Se quiserem ver um exemplo é só olhar Grandene e BBDC3, qual você compraria hoje?

    Também é certo que essa queda já foi superada mas quem teve dinheiro em caixa aproveitou um precinho bom. Eu mesmo comprei umas BBDC3 a 26,00. Vou comentar sobre minhas compras recente em breve.

    Abraço!

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    1. Nesse ponto nós concordamos BPM, pra mim preço importa.

      Neste mês eu fiz as compras antes da delação da JBS, mas tudo bem. Mês que vem tem de novo.

      Abraço

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